O FIES – Fundo de Financiamento Estudantil, é um programa do governo federal que serve de porta de entrada para milhões de estudantes carentes que querem ter acesso a universidades privadas para cursar o ensino superior.
Na prática, ele funciona como um empréstimo, onde o jovem recebe um financiamento para pagar as mensalidades do curso com juros bem abaixo do praticado pelo mercado.
O pagamento das mensalidades começa após o estudante se formar, podendo parcelar a dívida em até 3 vezes o período financiado da duração regular do curso. Ou seja, caso o estudante conclua a graduação em 5 anos, terá 15 anos (180 meses) para quitar seu financiamento.
Abaixo, você confere todos os detalhes de como funciona o FIES e quais são os requisitos obrigatórios para se candidatar a uma vaga.
O que é o FIES?
Ao lado do SISU e do ProUni, o FIES, criado em 1999, é uma iniciativa liderada pelo Ministério da Educação (MEC) que visa promover o ingresso de estudantes no ensino superior.
No caso do FIES, possibilita-se o financiamento estudantil total para estudantes com renda familiar mensal per capita de até 3 salários-mínimos, isto é, de até R$ 3.960 (em 2023) e parcial (50%) para aqueles com renda familiar mensal per capita de até 5 salários-mínimos (R$ 6.600 em 2023).
Preferencialmente, o estudante pagará as mensalidades financiadas após concluir o curso superior. No entanto, ele também pode arcar com os custos de maneira antecipada, em parcelas com valores reduzidos.
O MEC disponibiliza inscrições a cada semestre para candidatos que desejam concorrer a um contrato de financiamento estudantil, custeado pelo governo federal.
De forma simplificada, o FIES possui duas fases, divididas segundo o grau de comprometimento do formando com a dívida estudantil:
- Cursando a Graduação: é necessário que o estudante pague apenas os valores referentes às taxas operacionais do contrato, e também um seguro de vida
- Fase de Carência e Amortização: após a conquista do diploma, o estudante que já conseguiu se empregar ou abriu uma empresa terá as parcelas automaticamente descontadas da fonte de renda pagadora. Caso o estudante não possua renda durante a fase de amortização, o financiamento será quitado em prestações mensais equivalentes ao chamado “pagamento mínimo”. Os valores integrais são pagos às instituições financeiras que mantêm os contratos (como por exemplo a Caixa Econômica Federal)
Como o FIES pode ajudar estudantes a financiar seus estudos?
O FIES é uma alternativa de ingresso no ensino superior, exclusivo para vagas em faculdades privadas. Por exemplo, caso o candidato não tenha conseguido ingressar em uma universidade pública via SISU (Sistema de Seleção Unificada) ou garantido uma bolsa no ProUni (Programa Universidade para Todos), ele pode recorrer ao financiamento estudantil.
Sabemos que os custos e mensalidades que as instituições privadas de ensino superior cobram são um impeditivo para muitos jovens brasileiros – ainda mais se o curso em questão for de altíssimo conhecimento agregado, como Medicina, Odontologia, Economia, Engenharias e Direito.
Ciente dessa realidade, agravada pelo déficit de vagas oferecidas em universidades públicas em relação ao número de candidatos, o governo federal investe bilhões de reais do orçamento da União para custear dezenas de milhares de vagas no ensino privado todos os anos, dando prioridade a jovens de baixa renda.
Por ser um tipo de financiamento que permite o pagamento após a graduação, com juros baixos e diluídos em parcelas pequenas, o estudante terá condições de honrar a dívida, ao passo que realizará o sonho da conquista do diploma.
Como conseguir 100% de FIES?
Para ter acesso ao financiamento integral, os candidatos devem se encaixar nos seguintes critérios:
- Ter renda per capita mensal familiar de no máximo 3 salários mínimos;
- Ter participado de alguma edição do Enem, a partir de 2010, e obtido pontuação mínima de 450 pontos, não tendo zerado a redação;
- Obs.: Há prioridade na oferta de vagas se o valor das mensalidades na faculdade escolhida comprometa mais de 60% da renda familiar por mês. Por exemplo: se uma família possui uma renda de 3 salários mínimos e a mensalidade seja de R$ 2.343 (60% da renda), o candidato terá chance de conseguir financiamento máximo.
Quem tem direito de fazer o FIES?
De acordo com a legislação mais recente, estudantes formados e não formados de todo o país podem se beneficiar do FIES. Para se candidatar ao financiamento das parcelas cobradas pelas universidades, é preciso cumprir os seguintes requisitos:
- Ter se formado no ensino médio
- A renda da família per capita (por pessoa da família) deve ser inferior a 3 salários mínimos. Para se qualificar para o P-Fies, a renda per capita precisa ficar abaixo de 5 salários mínimos
- Sua pontuação no Enem deve ser no mínimo 450 pontos e você não pode ter tirado nota zero na sua redação
- Selecionar uma universidade credenciada ao programa bem-avaliada pelo MEC para cursos presenciais, já que a EaD (educação à distância) não é elegível para financiamento
Nota: Diferentemente do ProUni, não se exige que o candidato ao Fies tenha frequentado instituições públicas durante todo o ensino médio.
Ademais, o candidato deve se atentar aos prazos do edital para solicitar o FIES. O processo seletivo abre uma vez a cada semestre (2 vezes ao ano). Portanto, tome cuidado para não deixar passar a data, pois assim terá que esperar seis meses para tentar novamente!
