Os carros autônomos que dirigem sozinhos estão ficando cada vez mais populares nas fábricas de carros. Eles aparecem com frequência nos noticiários e as pessoas estão curiosas e animadas sobre eles.
Essa tecnologia é o resultado de anos de pesquisa e desenvolvimento em inteligência artificial, sensores e outras tecnologias que tornam possível a condução autônoma de veículos.
Neste artigo, vamos explicar o que é um carro autônomo e apresentar as questões e desafios para a utilização em massa desses veículos.
O que é um carro autônomo?
Por definição, trata-se de um carro que dirige sozinho, sem qualquer intervenção humana, uma vez que utiliza sensores e câmeras para mapear o ambiente exterior e traçar rotas pela malha de trânsito de forma autônoma.
Os veículos autônomos contam com câmeras ópticas e termográficas, radares, lidares, ultrassom, sonar, GPS, odometria e até equipamentos de medição inercial para garantir o máximo de segurança aos seus passageiros.
Tais sistemas de controle interpretam as informações sensoriais para criar um modelo tridimensional de todo o ambiente exterior do carro.
A partir daí, ele é capaz de identificar caminhos de navegação adequados e criar estratégias para gerenciar controles de tráfego (como sinais de parada obrigatória, faixas de pedestres etc.) e obstáculos físicos.
Em meio ao avanço acelerado da tecnologia e da inovação dentro da indústria automotiva, os carros autônomos se tornarão cada vez mais comuns em nosso dia a dia – ao passo que forçarão novas regulamentações, seja no trânsito (planejamento urbano), na economia (mercado de trabalho e de seguros) ou no bem-estar humano.
Impacto dos carros autônomos na indústria automotiva
O impacto que os veículos autônomos trará à nossa vida cotidiana ainda é um assunto pouco discutido – e considerado “distante” para a grande maioria das pessoas e organizações.
No entanto, o ritmo acelerado com que as inovações tecnológicas ganham espaço ano após ano está tornando essa temática cada vez mais necessária.
Se antes o “carro que dirige sozinho” era papo de nerd fissurado em filmes de ficção científica, agora é uma realidade que não tem como escapar.
Eles serão parte integrante do nosso dia a dia, assim como os veículos elétricos, que estão se tornando mais baratos e convenientes de se produzir do que os carros movidos a combustão.
De acordo com o estudo “33 Industries Driverless Cars Will Transform“, da consultoria CB Insights, mais de três dezenas de setores da atividade humana serão profundamente transformados com os “autonomous vehicles” (ou veículos autônomos), como a logística, o transporte, o delivery de comida, os restaurantes e até a hotelaria.
Mas, sem dúvida, o setor mais exposto à transformação (e o primeiro a ser moldado por ela) é o automotivo, cuja indústria vai, aos poucos, trabalhando no desenvolvimento de sensores, câmeras e dispositivos cada vez mais potentes, eficazes e seguros no longo prazo.
Até aqui, a pesquisa e financiamento na área de carros autônomos tem sido liderada pela Google e pela Tesla – hoje, a maior fabricante de veículos elétricos do mundo.
E, a essa altura do campeonato, as montadoras que não investirem em novas competências de modo a se manterem competitivas serão eliminadas do mercado. É um caminho sem volta.
Essa ‘corrida tecnológica’ tende a ser muito benéfica para nós usuários, dado que os carros autônomos poderão dirigir com mais rapidez e eficiência nas ruas do que os motoristas humanos, reduzindo o congestionamento e o consumo de combustível.
Por fim, eles também tornam a direção mais segura, uma vez que reagem com mais rapidez do que qualquer motorista humano em situações perigosas.
Como está o cenário dos carros autônomos no Brasil?
A resposta mais apropriada à pergunta é “engatinhando”. Há vários obstáculos para a popularização dessa tecnologia em nosso país, tais como:
- A infraestrutura das estradas urbanas e rodovias, onde boa parte da malha rodoviária é precária ou sequer asfaltada
- A legislação de trânsito e civil, que precisará ser profundamente revisada
- A necessidade de implementação de uma estrutura legal e regulamentos governamentais consistentes para carros autônomos
- O interesse das grandes montadoras, que já fazem testes com veículos autônomos nos EUA e na Europa, em conduzir experimentos e fazer investimentos em solo brasileiro
A segurança dos carros autônomos
Uma parte essencial dos carros autônomos é o conjunto de sensores e câmeras instalados no veículo.
Esses dispositivos são responsáveis por coletar uma grande quantidade de dados sobre o ambiente ao redor, incluindo informações sobre outros veículos, pedestres, semáforos e condições da estrada.
No entanto, é importante ressaltar que esses sensores são projetados para coletar dados apenas no contexto de segurança e navegação, e não para invadir a privacidade dos passageiros.
Os dados coletados pelos carros autônomos são usados principalmente para criar um modelo virtual do mundo real. Isso permite que o veículo tome decisões com base nas informações disponíveis.
Esses modelos são sempre atualizados em tempo real. Dessa forma, garante que o carro autônomo esteja ciente das mudanças nas condições da estrada e possa responder de forma adequada.
Em relação à direção segura, os carros autônomos são projetados para priorizar a segurança em todas as circunstâncias. Os algoritmos e sistemas de inteligência artificial que controlam o veículo são desenvolvidos com base em extensos testes e simulações.
Além disso, eles são constantemente aprimorados e atualizados à medida que novos dados e experiências são acumulados.
E mais: os carros autônomos são equipados com sistemas de segurança redundantes para garantir uma direção segura. Isso significa que, se um componente falhar, outros sistemas estarão prontos para assumir o controle e manter o veículo em segurança.
Ademais, os carros autônomos estão conectados a uma infraestrutura de comunicação avançada, permitindo que se comuniquem com outros veículos e sistemas de tráfego.
Essa troca de informações em tempo real ajuda a evitar colisões e congestionamentos, melhorando ainda mais a segurança nas estradas.
Inteligência artificial em carros autônomos
Ao lado da tecnologia 5G e da internet das coisas, a inteligência artificial (IA) é fundamental para a evolução dos carros que dirigem sozinhos.
Na prática, a IA permite que os veículos processem e interpretem dados em tempo real, tomem decisões informadas e se adaptem a diferentes condições de direção.
Isso inclui a chamada “aprendizagem de máquina”, que utiliza algoritmos de aprendizagem que analisam todos os dados coletados pelos sensores.
A inteligência artificial atrelada aos sistemas dos veículos autônomos também é capaz de criar redes neurais, que processam informações incrivelmente complexas para tomar decisões em tempo real – sempre sem a necessidade de interferência humana.
Conclusão
Em suma, ainda que o ritmo seja mais lento e tímido do que os pesquisadores mais otimistas previam, os carros autônomos estão a caminho.
Há muito o que fazer nesse meio-tempo, a começar pela superação de desafios logísticos e tecnológicos, além do próprio amadurecimento da inteligência artificial, que ganha terreno (e bastante financiamento) a cada ano.
É uma tecnologia possível, mas ainda incapaz de se tornar pública e universal. Quando você acha que iremos vê-los nas ruas?